13.8.04
do lado da mesa do jantar havia uma poltrona.
era exatamente nela que eu estava sentado, pensativo.
a mesa estava forrada com uma toalha de piquinique,
branco com listras azuais, azuis bebê.
fui até ela, me sentei, puxei a máquina de escrever.
estava eu sem meus óculos ou as letras estavam em japonês?
digitei seu nome, simplesmente. foi tudo o que consegui.
no chão havia um pacote de giz-de-cera, aberto.
folhas coloridas estavam espalhadas pela sala, e a tv continuava ligada.
do fundo veio um choro. alto, porém calmo.
logo parou.
bebi meu café, que estava sobre a mesa. fiz chá, chá verde, doce.
e escrevi seu nome novamente. o choro voltou.
a porta se abriu e você entrou.
limpou os pés no tapete, deixou o sobretudo na cadeira e sorriu.
1.8.04
agora eu posso dizer de boca cheia.
- eu te amo.
sorri, simplesmente.
abraço apertado. perdi a respiração,
por alguns segundos.
de olhos fechados, repeti, maquinalmente:
"eu te amo, eu te amo, eu te amo, eu te amo"
sorriu.
e de repentemente a gente era um.
finalmente.